O presidente francês, Emmanuel Macron, rejeitou nesta segunda-feira (26) a nomeação de Lucie Castets, do bloco "Nova Frente Popular", para o cargo de primeira-ministra. A decisão de Macron tem gerado uma crise política, com o movimento de esquerda acusando o presidente de autocracia e planejando um pedido de impeachment.

Emmanuel Macron, durante evento de líderes da União Europeia em 15 de dezembro de 2023 | Johanna Geron/REUTERS

A Nova Frente Popular, que venceu as eleições legislativas de julho, obteve 182 assentos, mas não conquistou a maioria absoluta necessária para formar um governo. A coalizão de Macron ficou com 168 assentos, enquanto a extrema direita garantiu 143. Após a renúncia do primeiro-ministro Gabriel Attal, ele permaneceu no cargo de forma interina até a formação de um novo governo.

Macron alegou que aceitar um plano de governo que beneficie exclusivamente a Nova Frente Popular comprometeria a "estabilidade institucional". Segundo o presidente, um governo baseado somente no programa da Nova Frente Popular seria imediatamente censurado na Assembleia.

As lideranças da Nova Frente Popular, descontentes com a decisão, anunciaram que barrarão qualquer outra indicação para o cargo de primeiro-ministro e apresentarão um pedido de impeachment contra Macron. O líder do movimento França Insubmissa, Jean-Luc Mélenchon, considerou a situação como "excepcionalmente grave" e defendeu uma resposta rápida e firme da sociedade francesa.

Em junho, Macron havia dissolvido o Parlamento francês após a derrota nas eleições do Parlamento da União Europeia para a extrema direita, convocando novas eleições nacionais que ocorreram em 7 de julho. Embora a Nova Frente Popular tenha vencido, não obteve a maioria absoluta de 289 assentos necessária para governar sem alianças. A necessidade de formar uma coalizão com o centro, incluindo deputados do bloco de Macron, tem se mostrado um desafio devido às profundas desavenças entre as forças políticas.

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