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São Paulo,16/09/2024

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Fila por Transplante de Córnea Atinge Níveis Críticos

A fila de espera por transplantes de córnea no Brasil quase triplicou em uma década, gerando preocupações sobre a capacidade do sistema de saúde em atender à crescente demanda.

Agência Paparazzi Brasil
Fila por Transplante de Córnea Atinge Níveis Críticos Agência Paparazzi Brasil

O número de pacientes aguardando por um transplante de córnea no Brasil quase triplicou nos últimos dez anos, passando de 10.734 em 2014 para 28.937 em junho de 2024. São Paulo, Rio de Janeiro e Minas Gerais lideram o ranking de espera, concentrando cerca de 12,5 mil pacientes. Esses dados alarmantes foram divulgados pelo Conselho Brasileiro de Oftalmologia (CBO) nesta segunda-feira (2).

Impacto da Pandemia e Desafios Atuais

A pandemia de COVID-19 impactou significativamente os procedimentos eletivos em todo o país, incluindo os transplantes de córnea. Em 2020, o número de pacientes na fila saltou de 12.212 para 16.337, um aumento expressivo de 33%. Nos anos subsequentes, essa fila continuou a crescer, chegando a 26.905 em 2023. A insuficiência de doadores e a necessidade de melhorias na gestão dos transplantes são citadas pelo CBO como fatores que contribuíram para essa crise.

Distribuição Regional e Tempo de Espera

Atualmente, a Região Sudeste concentra o maior número de pacientes em lista de espera. São Paulo, por exemplo, viu um aumento significativo na fila, de 2.835 pacientes em 2019 para 4.587 em 2023. No Rio de Janeiro, a fila quase dobrou entre 2021 e 2023, passando de 2.898 para 4.274. Já no Rio Grande do Sul e em Pernambuco, o número de pacientes em espera também cresceu de forma acentuada, com os números saltando de 52 para 1.299 e de 86 para 1.272, respectivamente.

Por outro lado, estados como Ceará e Amazonas registraram uma queda expressiva na lista de espera, de 67% e 77%, respectivamente. No entanto, estados como Amapá e Roraima não apresentaram dados durante o período analisado, o que impede uma avaliação mais precisa da situação nessas regiões.

Em relação ao tempo de espera, a média nacional é de 194 dias, ou pouco mais de seis meses. No entanto, há disparidades significativas entre os estados. No Maranhão e no Pará, por exemplo, o tempo de espera é de quase 19 meses, enquanto no Ceará e no Paraná, a espera é significativamente menor, com 63 e 119 dias, respectivamente.

Capacidade e Demanda

Para eliminar a fila atual, o CBO estima que seria necessário dobrar a capacidade anual de transplantes. Em 2023, o Brasil realizou 16.027 transplantes de córnea, um número significativo, mas ainda insuficiente para atender à demanda crescente. Até junho de 2024, foram realizados 8.218 transplantes, com quase 3 mil procedimentos realizados em São Paulo.

Atualmente, o país conta com 651 equipes treinadas para realizar transplantes de córnea, distribuídas em 429 serviços habilitados. A maioria desses especialistas está concentrada nas regiões Sudeste e Sul, com São Paulo liderando com 210 equipes transplantadoras.

Conscientização e Ações Necessárias

Para enfrentar essa crise, o CBO destaca a importância de campanhas de conscientização sobre a doação de órgãos e a necessidade de investimentos em infraestrutura, especialmente nos bancos de olhos. A entidade defende que essas ações são essenciais para reverter a tendência preocupante de aumento na fila de espera.

Os números e os desafios relacionados aos transplantes de córnea serão tema de discussão durante a 68ª edição do Congresso Brasileiro de Oftalmologia, que acontece entre os dias 4 e 7 de setembro em Brasília.


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