Após um dia inteiro de análises sobre o cenário alarmante das queimadas no Brasil, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva anunciou, nesta segunda-feira (16), uma reunião emergencial com os chefes dos outros Poderes da República. A convocação tem como objetivo definir medidas concretas para o combate aos incêndios florestais que assolam o país. A reunião, marcada para terça-feira (17), às 16h30 no Palácio do Planalto, contará com a presença dos presidentes do Supremo Tribunal Federal (STF), Senado Federal, Câmara dos Deputados, além de outros representantes dos Poderes.

De acordo com o ministro da Secretaria de Comunicação Social, Paulo Pimenta, a ideia é compartilhar responsabilidades e discutir soluções que não sejam exclusivas do governo federal, mas de todos os poderes do Estado brasileiro. "A reunião busca promover um diálogo a partir das informações que temos e pensar de forma conjunta sobre as ações necessárias", afirmou o ministro.

O cenário é preocupante: entre janeiro e agosto de 2024, o Brasil já registrou 11,39 milhões de hectares queimados, segundo o Monitor do Fogo do MapBiomas. Somente em agosto, 5,65 milhões de hectares foram devastados pelo fogo, o que representa quase metade do total deste ano. Em resposta a esse quadro, o ministro do Supremo Tribunal Federal, Flávio Dino, autorizou a liberação de créditos extraordinários para o combate às queimadas, fora dos limites fiscais estabelecidos.

Além disso, medidas emergenciais, como a contratação de brigadistas e a ampliação da Força Nacional para atuar no combate ao fogo, foram determinadas para conter as chamas na Amazônia e no Pantanal.

A capital do país, Brasília, tem sido fortemente afetada pela onda de queimadas. Cerca de 3 mil hectares do Parque Nacional de Brasília, importante reserva de Cerrado e fonte de água, já foram consumidos pelo fogo. No último domingo, o presidente Lula sobrevoou a região para avaliar os danos e testemunhou a fumaça tomando conta do céu da capital. Na segunda-feira (16), Brasília amanheceu sob uma espessa camada de fuligem, o que levou ao cancelamento de aulas e aumentou a preocupação com os impactos na saúde pública.

Enquanto o governo se prepara para anunciar novas medidas na reunião, a ministra do Meio Ambiente e Mudança do Clima, Marina Silva, dará uma entrevista nesta terça-feira, detalhando as ações planejadas para mitigar a crise ambiental.

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